Bruxismo

08 de dezembro de 2022

Entenda o problema que afeta 40% dos brasileiros segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

Você já acordou com aquela dor de cabeça que vai diminuindo no decorrer da manhã ou com a musculatura da boca cansada — como se tivesse mastigado algo por muito tempo? Se sua resposta for sim, é preciso ficar atento. Você pode estar apresentando um quadro de bruxismo. Listado na Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD-R), como uma atividade muscular parafuncional (sem função) e repetitiva da mandíbula, essa desordem de função tem como característica o apertar, ranger ou bater dos dentes e é considerado um dos três problemas mais comuns do período de repouso, perdendo apenas para o sonilóquio (falar dormindo) e para o ronco.

Segundo a cirurgiã-dentista Maria Agnese Campos uma pequena distinção entre o bruxismo e o apertamento poderia ser feita, mesmo considerando que ambos sejam multifatoriais e associados ao estresse. O ranger dos dentes (ou bruxismo propriamente dito) é comum sobretudo à noite e sua causa tende a estar mais relacionada a um desalinhamento dentário (como uma mordida cruzada) ou um problema condilar (caracterizado pelo crescimento excessivo do côndilo mandibular, região da extremidade do osso da mandíbula ) etc. Já o apertamento (a pressão) pode ocorrer tanto durante o dia quanto à noite e costuma estar ligado à ansiedade. "Há casos de pessoas que fazem o apertamento quando estão dirigindo ou quando estão nervosas", ilustra a dentista, que revela ter tratado recentemente de uma paciente que necrosou a polpa dentária em decorrência da pressão que fazia. "Ela não chegou a perder o dente em si, mas o distúrbio pode levar a fraturar o dente no meio ou trincar. Eu inclusive já vi trincas verticais que acarretam na perda do dente. Por isso é que se usa a placa de bruxismo", recomenda Agnese.

Apesar de afetar cerca de 30% da população mundial e 40% dos brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não existe uma etiologia específica — suas causas permanecem desconhecidas. Sabe-se, contudo, que o distúrbio está relacionado a fatores genéticos, situações de estresse, tensão, ansiedade ou a problemas físicos de oclusão ou fechamento inadequado da boca.

É por isso que na infância, entre os 7 e 11 anos, é comum as crianças fazerem bruxismo. "O que acontece é que a criança está trocando os dentes. Então, está tudo uma bagunça. Nasce de um lado, cai do outro. Os dentes ficam procurando um contato e não acham, e isso leva ao ranger", revela a odontóloga. Ela acrescenta que, mesmo nessa idade, a ansiedade também é um dos fatores agravantes do quadro. "Sobretudo neste período de pandemia, teve muita criança ansiosa. Então, a gente acompanha e se precisar usar placa, se produz uma mais molinha, só para não quebrar nenhum dente. Durante a adolescência, a incidência tende a reduzir", completa.

Na vida adulta, o desalinhamento dos dentes, ou mesmo a perda deles, também é um fator a ser considerado. Neste caso, um tratamento ortodôntico pode ser uma boa alternativa para diminuição de danos. É importante perceber que não falamos aqui sobre tratamento para o bruxismo, mas sim sobre cuidados paliativos. Afinal, não há uma cura para esse distúrbio. Sobretudo por se tratar de um problema cíclico, multifatorial e também muito ligado à ansiedade e ao estresse. "A cura precisaria ser ampla, uma cura de alma, a ser tratada também por um psicólogo, um psiquiatra, etc. Porque, às vezes, nem a própria pessoa sabe dizer o que a está incomodando", observa Agnese.

Apesar disso, alguns recursos podem ser imprescindíveis para o alívio das implicações do bruxismo. Um dos mais indicados é a placa interoclusal — que pode ser flexível, produzida com silicone, ou rígida, feita de acrílico —, moldada segundo o formato da arcada dentária do paciente. Outro artifício é a aplicação de botox (tanto na região do masseter quanto na têmpora), já que a toxina botulínica paralisa o músculo, levando o indivíduo a ter menos força para ranger os dentes.

Esse é, por sinal, o principal recurso para pacientes com bruxismo grave ou hipertrofia nos músculos da mastigação. "Geralmente é um paciente que tem a região mandibular grande, como se tivesse malhado. É tipo uma musculação mesmo. Os pacientes ficam com essa região do bucinador e do masseter, que são os dois pricipais músculos, hipertrofiados. O botox entra, assim, para paralisar o músculo e reduzir a força e o estímulo da atividade do ranger", reforça a dentista. Em caso de alterações condilares, o indicado é o encaminhamento para um especialistas em doença temporomandibular e cirurgia.

A negligência com os sintomas da desordem podem levar a fissuras no esmalte, fratura ou mesmo perda de dente, além de hipertrofia de masseter, dores na articulação temporo-mandibular (ATM), ou mesmo problemas de cervical e dores na coluna. Ainda assim, as consequências mais severas são sempre dentárias. Não existe, até o momento, estatísticas oficiais quanto a idade ou sexo, "Mas o que se vê no consultório é que a pior faixa acaba sendo entre 35 e 55 anos. Tenho muito mais casos em homens do que mulheres. O homem já chega com os dentes “comidos”, porque eles demoram para procurar ajuda. As mulheres têm a primeira trinquinha e já procuram o dentista. O homem é um paciente bem mais difícil de tratar"

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