Dormindo, mas não muito: sonambulismo

31 de agosto de 2018

No dia-a-dia das grandes cidades nos vemos em uma correria sem fim. Conciliar emprego, família e estudos é uma tarefa que exige disposição quase que em tempo integral. Muita gente acaba trocando o dia pela noite para conseguir dar conta de todas as suas atividades - o curioso é que, às vezes, isso acontece mesmo quando se está dormindo. Trata-se do sonambulismo, um distúrbio leve do sono que faz com que o indivíduo tenha as suas funções motoras despertadas, embora a consciência permaneça inativa.

É considerado uma parassonia, isto é, uma desordem relacionada ao sono. Em um caso clássico, o surto costuma durar entre poucos minutos a até uma hora, e o sonâmbulo realiza ações comuns ao seu cotidiano: caminhar pela casa, ir ao banheiro e até fazer um lanche - tudo isso sem se lembrar depois. Não há interferência direta da consciência, o que pode fazer com que a pessoa esteja suscetível a acidentes domésticos como escorregões ou corte de objetos pontiagudos.

Durante a ocorrência do transtorno, o paciente age normalmente: está com os olhos abertos e apresenta expressão vaga, repetindo coisas rotineiras - muito diferente da caricatura do sonâmbulo que caminha com os braços estendidos e com os olhos fechados. As ações mais comuns que são realizadas durante um surto de sonambulismo variam entre ir ao banheiro, se vestir, cozinhar, sentar na cama, andar pelo quarto e não responder a perguntas - tudo isso sem lembrar de nada no dia seguinte. Até por isso fica difícil a identificação do problema por parte do próprio paciente, por isso é importante que os membros da família fiquem atentos aos sinais.

Outro mito diz respeito à interrupção da crise, acordando o sujeito: não há problema em fazê-lo - o máximo que vai acontecer é que ele vai se encontrar desorientado e estressado, sem entender como foi parar alí. Isso porque acordar um sonâmbulo não é muito diferente do que despertar alguém que está dormindo normalmente na cama. O melhor a fazer é tentar conduzi-lo de volta para a cama, mas, se não for possível, pode-se acordá-lo tranquilamente. Mas há de se tomar cuidados para com quem sofre da desordem: não deixar em seu caminho objetos pontiagudos ou que possam fazê-lo tropeçar, além de não deixar portas e janelas destrancadas para que não saia da residência. O sonambulismo geralmente não vai causar demais incomodações, exceto por um eventual cansaço no dia seguinte, causado pela falta de sono.

Para entender o fenômeno do sonambulismo é preciso recapitular o funcionamento do sono: durante uma noite de sono passamos por diversas fases diferentes que atuam de forma cíclica no organismo. Essas fases se dividem entre dois momentos:

  • NREM (que vem do inglês, significando “não-movimento rápido dos olhos”): equivale a 75% do período do sono, sendo dividido entre quatro estágios. Engloba desde os primeiros sinais de sono, passando pela liberação de hormônios, até o relaxamento dos músculos, queda da temperatura corporal e desaceleração da respiração e dos batimentos cardíacos.
  • REM (“movimento rápido dos olhos”): é o período em que o sono começa a ser de fato restaurador para o organismo e também quando sonhamos. É chamada assim porque nesse momento os músculos ficam imóveis e os olhos começam a se mexer rapidamente, uma vez que a atividade cerebral é intensa.

O sonambulismo se manifesta no estágio mais profundo de NREM, no primeiro terço da noite de sono, antes de passar para a parte mais superficial. Se a pessoa está em um ambiente seguro não chega a ser considerado perigoso e danoso à saúde por si só, mas é recomendada a consulta a um médico para uma avaliação correta. Os profissionais especializados que podem ajudar nesses casos são os neurologistas, geneticistas, psiquiatras, médicos do sono e clínicos geral. Mas vale prestar atenção aos sinais antes de comparecer à primeira consulta: diagnosticar o sonambulismo é um processo que começa com a observação do paciente por parte das pessoas que vivem com ele. Faz parte disso ficar atento e relatar ao doutor encarregado as atividades que acontecem durante um surto, como as ações que são feitas, a alimentação que acontece, bem como horários e duração de cada coisa. Normalmente não há com o que se preocupar em relação ao sonambulismo, mas recomenda-se procurar o médico quando os episódios forem muito recorrentes ou se o paciente apresentar agressividade durante os casos.

O diagnóstico é importante porque a partir dele o médico poderá avaliar em qual estágio do sono acontecem os surtos: se estiverem aparecendo durante o período REM o problema não é sonambulismo, e sim algo mais sério: transtorno de comportamento REM - um distúrbio que faz a pessoa agir de acordo com o que ela está vivendo nos sonhos. Nesse momento o cérebro está extremamente agitado, e a atividade elétrica cerebral é semelhante à registrada no estado de vigília. Em uma pessoa que possui o problema, a paralisia natural do corpo é incompleta ou ausente, fazendo com que o paciente aja conforme o sonho, o que pode significar movimentos violentos como gritos, socos, chutes e pulos. E pior: esse transtorno pode preceder o mal de Parkinson, demência com corpos de Lewy e outras doenças degenerativas.

A fase da vida em que mais comumente se manifesta o sonambulismo é na infância, por estar correlacionada com o amadurecimento do cérebro. Normalmente desaparece à medida em que o jovem cresce, sem restar quaisquer resquícios. Ocorre principalmente na faixa etária entre 3 e 8 anos, e desaparece na adolescência. Quando se manifesta nos adultos, normalmente está relacionado com grandes níveis de estresse físico ou mental - e pode se repetir esporadicamente no passar dos anos. Por outro lado, a ciência ainda não conseguiu determinar exatamente as causas do sonambulismo. O que é facilmente observável é que prevalece nos homens e, entre os fatores que podem incrementar as chances de desenvolvimento do transtorno estão: privação do sono, cansaço, febre, traumatismo craniano, depressão, narcolepsia, asma, ansiedade e alguns medicamentos. Um fator de risco existente é a genética: a criança pode estar mais propensa a apresentar quadro de sonambulismo quando o pai ou a mãe já tiveram o transtorno em algum momento.

O sonambulismo propriamente dito não tem cura, mas, se o transtorno for muito intenso e causar incômodos, o médico poderá receitar remédios que combatam a ansiedade, tais como antidepressivos, ou então terapias alternativas. Algumas providências que o sonâmbulo pode tomar para diminuição da incidência são: criação de uma rotina de horários para dormir, não assistir filmes ou outras atividades estimulantes antes de dormir, e não ingerir bebidas alcoólicas e remédios sem prescrição médica. Relaxar antes de dormir, tomando um banho quente e fazendo atividades tranquilas pode ajudar a manter o sono em plena calmaria.

O que pode ajudar muito a deixar o sono mais tranquilo é investir em conforto - e isso começa com uma cama de qualidade. A Vivar Sleep Center tem em seu portfólio o que há de mais moderno no que diz respeito a colchões (http://www.vivar.com.br/produtos/colchoes), com tecnologia exclusiva. Visite uma de nossas lojas em Porto Alegre, Novo Hamburgo ou Salvador (http://www.vivar.com.br/lojas) e se surpreenda com nossos produtos. Não vai ter sonâmbulo que queira sair da cama!

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